Suinocultura

De olho nas doenças emergentes em suínos

A suinocultura deve estar alerta às doenças emergentes e seus possíveis impactos na produção

Além da peste suína africana, da peste suína clássica e da febre aftosa, existem outras doenças emergentes que os veterinários e suinocultores deveriam se preocupar. Phil Gauger, médico-veterinário e pesquisador do Laboratório de Diagnóstico Veterinário da Iowa State University, oferece uma rápida lição sobre outras doenças emergentes (e importantes) que também impactam a suinocultura mundial.

Reaparecimento de Senecavírus A emite alerta para outras doenças infecciosas emergentes

Gauger comenta sobre o Senecavírus, que ressurgiu nos Estados Unidos em 2016 e causou problemas em diversas granjas no mundo. O fato é que o vírus já estava presente nos EUA antes dos surtos e por alguma razão desconhecida, ele emergiu novamente e de uma forma mais patogênica. Gauger acrescenta que, o Senecavírus e o vírus do PED (Diarreia Epidêmica Suína) funcionaram como um alerta para as outras potenciais doenças infecciosas emergentes, especialmente as oriundas de outras regiões geográficas.

Doenças emergentes em suínos podem ser causadas por novas cepas e genótipos de vírus que evoluíram

Ainda de acordo com Gauger, os vírus que afetam a indústria suína e que continuam a evoluir geneticamente também podem ser considerados agentes infecciosos emergentes. As cepas virulentas de PRRSV (Vírus da Síndrome Respiratória e Reprodutiva Suína), os novos genótipos de Circovírus suíno e as novas cepas de influenza também podem estar, dessa forma, incluídos na lista de agentes emergentes.

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Mais estudos devem ser feitos para confirmar a lista de doenças emergentes em suínos

Dentre as doenças neurológicas emergentes, destaca-se o Sapelovírus suíno, o Astrovírus suíno tipo 3 e o Pestivírus suíno atípico. Nos Estados Unidos, esses agentes têm sido associados com sinais clínicos de incoordenação motora e paresia de membros. 

Outro vírus que tem despertado a atenção é o Sapovírus, que parece causar doenças entéricas em suínos jovens. No entanto, mais estudos são necessários para confirmar se o vírus é, de fato, patogênico para suínos. A bactéria Streptococcus equi subespécie zooepidemicus é outro agente que merece cautela. Relatos recentes apontam a bactéria como a causa de aumento da mortalidade em suínos.

Com as modernas ferramentas de diagnóstico laboratorial, incluindo o sequenciamento genômico completo, tem sido mais fácil identificar vírus e bactérias emergentes. No entanto, são necessários muitos estudos e observações antes de afirmar que tais agentes são ou não patogênicos para os suínos. Gauger ressalta que além da detecção do vírus ou bactérias, outras evidências são exigidas para associar a doença ao agente. As investigações no campo, os testes diagnósticos adicionais e as evidências experimentais são essenciais para afirmar que o agente emergente é, definitivamente, o responsável pela doença clínica.

Referências:

Schulz, K. Diagnostician zeroes in on emerging diseases. In: National Hog Farmer, 2019.

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