Suinocultura

Vacinas para suínos: 5 cuidados para garantir uma boa imunização

10 março 2022

A garantia de uma boa imunização com vacinas para suínos segue protocolos antes, durante e depois da aplicação

As doenças infecciosas representam um dos maiores desafios na criação de porcos. Por isso, seguir a tabela de vacinação para suínos à risca é a forma mais eficaz de prevenir possíveis complicações. Para garantir a imunização correta das vacinas para suínos são necessários alguns cuidados de logística e manejo. Conversamos com a médica-veterinária Rafaella Dalabona, que é especialista em Higiene, Inspeção e Tecnologia de Produtos de Origem Animal, sobre os cuidados para se ter no protocolo de vacinação de suínos.

1. Atenção na temperatura de armazenamento da vacina para porco

Os cuidados começam antes mesmo da aplicação da vacina. Para garantir a eficácia, é preciso seguir as regras de armazenamento detalhadas na bula. Além de garantir a melhor vacina do mercado, o investimento no protocolo vacinal também engloba um sistema de refrigeração adequado. “Pequenos erros são suficientes para comprometer todo o programa de imunização da granja, como, por exemplo, a falta de cuidado no armazenamento da vacina com temperatura incorreta, congelamento do medicamento ou permitir que a vacina seja aquecida durante a aplicação”, afirma Rafaella.

2. Vacinas para suínos devem ser administradas apenas em animais saudáveis

O próximo passo é inspecionar quais são os animais elegíveis para receber a vacinação. É de suma importância que os animais estejam saudáveis e sem febre ao serem imunizados. De acordo com o artigo “Vacinação na suinocultura“, elaborado por pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), carência nutricional, estresse e obesidade também são fatores que interferem na resposta imune.

3. Imobilização mal feita causa diversos problemas

Os porcos devem ser devidamente imobilizados para receber a vacina. A médica-veterinária explica que essa etapa é um dos momentos de maior estresse durante a criação do animal. “Se o procedimento é mal feito, pode causar dor, infecções, redução do desempenho, problemas na carcaça e, consequentemente, prejuízos ao produtor”. O bem-estar do animal deve ser priorizado no momento da aplicação, e a contenção correta é a principal forma de evitar o estresse nos suínos. O artigo da Embrapa lembra também que o estresse libera cortisol, que gera imunossupressão e, por consequência, resulta em uma menor resposta vacinal.

O animal deve ser imobilizado de forma que fique inteiramente imóvel, porém confortável ao mesmo tempo. “O ideal é que duas pessoas façam o trabalho, uma pessoa para conter o animal e a outra para realizar a aplicação, seja a vacinação por agulha ou pressão”, detalhou Rafaella.

A vacinação intradérmica, sem uso de agulhas, em suínos tem sido muito utilizada por facilitar esse processo tanto para os animais quanto para quem faz a aplicação. Além de diminuir o estresse na vacinação, a injeção sem agulha também tem como benefício o maior controle das tão necessárias práticas de higiene, já que as seringas tradicionais têm um grande potencial de se tornar um vetor de infecção, caso não sejam descartadas corretamente.

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4. Agulhas precisam ser descartadas

A escolha da agulha para aplicação da vacina para porco depende da recomendação do fabricante e das características do animal – porcas podem ter uma camada mais espessa de gordura que exige uma agulha maior, por exemplo. A troca de agulhas é outro ponto de extrema importância. Ainda existem produtores que reutilizam agulhas com o objetivo de economizar. Porém, a maior economia que uma fazenda pode ter é garantir o bem-estar animal para evitar complicações, e a troca de agulhas é um dos fatores determinantes para isso. “As agulhas não devem ser reutilizadas em mais de dez animais durante uma sessão de aplicação e deverão ser descartadas após o uso”, concluiu a especialista em Higiene. 

Nesse tópico, a vacinação intradérmica sem uso de agulha se destaca novamente. Essa tecnologia faz a aplicação da vacina através de uma leve e controlada pressão na pele do animal. Sem o uso de agulhas, a preocupação com o custo do material descartável e com a contaminação cruzada é eliminada.

5. Pós-vacina requer controle e organização

O protocolo vacinal não termina no momento da aplicação das vacinas para suínos. A médica-veterinária Rafaella Dalabona recomenda manter o animal em observação por até seis horas após a vacinação. “Alguns animais desenvolvem quadro de febre, prostração, apresentam abscessos no local de aplicação e diminuem a ingestão de água e alimentos”. 

O controle dos animais vacinados é um trabalho para o ano todo, e deve seguir a tabela de vacinação para suínos. O manejo da vacinação deve acompanhar os animais vacinados e as datas para as segundas doses de acordo com o intervalo recomendado na bula. Uma boa imunização também depende dos cuidados posteriores à aplicação.

* Rafaella Dalabona (CRMV-PR: 16174) é graduada em Medicina Veterinária pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e possui especialização em Higiene, Inspeção e Tecnologia de Produtos de Origem Animal pela Faculdade Unyleya

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