Aquicultura

A importância da correta relação de densidade de peixes por metro cúbico na tilapicultura

2 agosto 2022

Na tilapicultura, a densidade de peixes por metro cúbico inadequada prejudica diretamente os índices reprodutivos.

Assim como outros tipos de cultivo de peixes, o bom desempenho da tilapicultura depende, dentre outros fatores, da correta relação de densidade de peixes por metro cúbico. Independentemente do sistema de cultivo adotado, seja ele intensivo ou extensivo, por exemplo, é necessário que haja um planejamento para que a quantidade de peixes suportada pelo reservatório não seja ultrapassada.

Para entender melhor sobre o assunto, conversamos com o médico-veterinário e mestre em Ciência Animal Rodrigo Zanolo, que explicou como a densidade de lotação influencia o desempenho da tilapicultura.

Densidade de peixes por metro cúbico afeta diretamente os indicadores produtivos na tilapicultura

Zanolo destaca que a quantidade de peixes por metro cúbico afeta diretamente todos os indicadores produtivos, incluindo a conversão alimentar e o bem-estar animal. O médico-veterinário também cita quais são os maiores riscos do adensamento excessivo de tilápias: “O impacto direto no crescimento dos animais por falta de espaço, deterioração da qualidade de água culminando na elevação e na queda de resistência seguido pelo acometimento por doenças”.

De modo geral, por mais que a tilápia seja considerada uma espécie resistente a condições adversas, é preciso manter níveis apropriados de densidade de estocagem de peixes. Isso porque, segundo o mestre em Ciência Animal, fatores como o aparecimento de novas doenças virais na piscicultura e a intensidade das mudanças climáticas estão tornando as tilápias menos resistentes. “Pode-se dizer que atualmente as tilápias são tão sensíveis quanto outros peixes frente a condições ambientais e sanitárias adversas“, argumenta Zanolo.

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Na tilapicultura, a densidade de estocagem de peixes adequada depende de alguns fatores, como o sistema de produção utilizado

Para determinar a correta relação entre densidade de estocagem por metro cúbico na tilapicultura, o médico-veterinário orienta que deve-se levar em consideração qual sistema produtivo está sendo utilizado, o tamanho dos tanques e a disponibilidade de água. “Por exemplo, na fase de engorda de tilápias em tanques-escavados as densidades podem variar de 2 a 15 peixes por metro quadrado e nas produções em tanques-rede pode variar de 30 a 100 animais por metro cúbico. Como pode-se notar, são variações muito significativas e apenas com um estudo técnico aprofundado sobre diversos aspectos e parâmetros é possível orientar a densidade mais adequada”, explica o especialista.

Zanolo garante que se o volume de estocagem for adequado e outras medidas de biosseguridade forem adotadas, até mesmo o cultivo intensivo de tilápia pode garantir bons padrões sanitários. Para o profissional, existem outros fatores que devem ser prioritários em sistemas intensivos como a compra de alevinos de boa qualidade, a realização das fases de recria e engorda em ambientes biosseguros e a prática de ações voltadas para o bem-estar animal.

Em síntese, manter a quantidade correta de tilápias nos reservatórios é fundamental para que os peixes cresçam com boa disponibilidade de espaço e adequadas condições de qualidade da água. A superlotação altera os padrões de oxigênio e amônia dissolvidos, índices que alteram diretamente a fisiologia dos peixes e o seu potencial zootécnico. Assim, o uso de estratégias para controlar a estocagem de peixes de cultivo por metro cúbico, como o mecanismo de controle de densidade, é importante para tornar o sistema de criação mais sustentável.

* Rodrigo Zanolo é Médico Veterinário, mestre em Ciência Animal e Gerente de Mercado de Aquicultura na MSD Saúde Animal.

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