Pecuária

Inteligência de dados na pecuária: entenda como funciona o Animal Intelligence

23 maio 2022

O avanço tecnológico e a ciência de dados possibilitaram a otimização de informações e análises em muitos campos, inclusive na pecuária e no agronegócio. Graças à inteligência de dados, que se caracteriza por um modelo da ciência preditivo de eventos futuros, é possível monitorar o rebanho, determinar horário de inseminação e até mesmo otimizar a rotina de ordenha através de métricas utilizadas tanto na gestão da propriedade quanto na tomada de decisão em tempo real. Sensores são utilizados para coletar dados individuais de comportamento dos animais, e com a inteligência artificial, transformados  em informação de alto valor. Descubra o que é o Animal Intelligence e como funciona essa tecnologia!

Animal Intelligence: rastreabilidade é peça importante na produção animal

O Animal Intelligence (termo em inglês para “inteligência animal”) nada mais é do que uma análise de dados que se destina a beneficiar a saúde, a reprodução e o bem-estar de diversas espécies de animais, em especial os bovinos de corte e leite. São frentes desse conceito a rastreabilidade e o monitoramento animal. Para obter os dados, são usados dispositivos de identificação e sensores que avaliam o comportamento do animal – brinco de identificação e colares de monitoramento, por exemplo. A partir deles, são coletadas informações em tempo real através da tecnologia do sistema de monitoramento, que fornece ao veterinário e ao produtor informações imediatas sobre a saúde do animal.

Uma das suas vantagens é a identificação visual e também eletrônica dos bovinos, através do tagueamento e de identificadores eletrônicos exclusivos. Com o treinamento especializado, é possível aplicá-los de forma rápida com os furadores e aplicadores, melhorando o controle do veterinário e do próprio produtor em diversos aspectos. Além disso, oferece informações úteis sobre a saúde dos animais de forma rápida e precisa através da amostragem de tecido da orelha, permitindo que se obtenha biópsias de forma mais fácil.

Precisão do sistema de monitoramento melhora a produtividade da fazenda

Um dos principais benefícios do Animal Intelligence usado no sistema de monitoramento é a precisão na identificação precoce de vacas doentes, em cio e horas para inseminar, que resultam na maior produtividade. A inteligência de dados é uma aliada em diversas áreas da fazenda: bem-estar animal, produção, sustentabilidade, melhoria na gestão, traçabilidade e mais. De uma forma geral, ela permite acesso a dados e percepções em tempo real para ajudar, melhorar e aprimorar o gerenciamento e os resultados da saúde animal. Esse é um avanço na maneira de identificar e monitorar animais, antecipando as necessidades de saúde para que os veterinários possam intervir de forma otimizada.

A partir do uso correto do Animal Intelligence, é possível elaborar relatórios que revelem tendências no grupo, positivas ou negativas, o que permite melhorar as condições de temperatura, nutrição e bem-estar do gado e monitorar a reação dos animais às soluções. Os efeitos da mudança na ração, por exemplo, podem ser observados em curto prazo de tempo.

Tecnologia otimiza a ordenha e o monitoramento de saúde no gado leiteiro

A inteligência de dados pode ser usada na pecuária de corte e de leite, mas um aspecto interessante específico do gado leiteiro é a capacidade de fazer um monitoramento efetivo com a tecnologia de ordenha, que melhora esse processo e coleta dados da produção de leite. Com pulsadores e válvulas de controle, a tecnologia de ordenha atua exibindo informações ao operador que possibilitam uma ordenha amigável e com informações em tempo real. Com a tecnologia de dados, fica muito mais fácil a detecção precoce de problemas de saúde comuns em vacas leiteiras, como mastite, cetose, deslocamento do abomaso e metrite, possibilitando a contenção de danos.

A inteligência de dados acompanha a vaca leiteira antes, durante e depois do parto. Isso permite ações preventivas que ajudam na redução da mortalidade animal e evitam impactos na produção pecuária. Além dos relatórios de saúde tradicionais, é possível a coleta dos relatórios das vacas lactantes e relatórios de desconforto, o que otimiza o tratamento e o bem-estar do gado leiteiro. Um exemplo é o uso de colares de monitoramento na prevenção e tratamento do estresse térmico: o dispositivo capta e gera dados da ofegação das vacas, sendo possível, assim, a identificação precoce de um caso de estresse térmico, por exemplo.

Coleta de DNA e amostragem de tecido previnem doenças em bovinos

Complementando os benefícios à saúde do rebanho, é possível também coletar o DNA a partir de amostragens de tecido, facilitando a detecção de infecções e a tomada de decisões imediatas no tratamento. Com a tecnologia, a coleta das amostras tem identificação precisa. Também é possível fazer um acompanhamento reprodutivo de qualidade, reduzindo os intervalos de parto e também a hormonização reprodutiva, sem prejudicar as vacas nem as novilhas.

Essas informações otimizam e agilizam o diagnóstico do veterinário, bem como sugere maiores possibilidades de tratamentos precoces. Tudo isso é gerido não só dentro do rebanho, mas também a partir de um sistema de gerenciamento de dados em tempo real que pode ser acessado pelo computador ou celular do veterinário, garantindo controle dos animais a qualquer momento e de forma ágil.

Dessa forma, conclui-se que a tecnologia é capaz de ser uma importante aliada do médico veterinário e do produtor. A ciência de dados fornece informações que apontam a presença de doenças bovinas a serem diagnosticadas e tratadas pelo especialista. Se há um desbalanço na saúde do animal, como deficiência mineral, é possível corrigir o problema precocemente.