Avicultura

Como vacinar galinhas? As vias de administração em aves

8 setembro 2022

As vias de administração de vacina em aves podem ser massais ou individuais, sendo o médico veterinário responsável pela escolha do método mais adequado para a granja

A administração de vacinas para galinhas é uma das principais formas de proteger a saúde das aves e o vírus da bronquite infecciosa é um dos agentes patogênicos que comprometem esse bem-estar animal. As vacinas podem ser distribuídas por métodos massais ou individuais, onde há diferentes vias de administração. A partir disso, pode-se fazer o seguinte questionamento: como escolher o método de imunização mais adequado? A fim de compreender essa questão e estabelecer as vantagens das vias de aplicação de vacinas na avicultura, conversamos com o médico-veterinário e mestre em Saúde Avícola Cesar Reyes.

Vacina para galinha por aspersão reduz o tempo de aplicação na granja e o estresse relacionado ao manejo das aves

A vacinação massal pode ser feita tanto através da via oral, veiculada na água de bebida, quanto por aspersão. Cesar recomenda em que situações investir nessa via de imunização e aponta as suas vantagens: “Quando as populações a serem vacinadas são muito grandes e quando não é muito prático tentar fazer a aplicação individual. Os benefícios da vacinação em massa são a redução do tempo de aplicação da vacina e o menor manuseio dos animais, sem afetar o seu conforto. No caso da via aspersão, é uma aplicação maciça, muito rápida e eficaz no desenvolvimento da imunidade”.

Mas o médico-veterinário chama atenção para o seguinte ponto: “É importante ter em conta o tamanho da gota a ser aplicada para evitar que penetre muito fundo na árvore respiratória e cause reações pós-vacinais muito intensas”. Esse mesmo cuidado é recomendado em um documento publicado pela EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). De acordo com a publicação, o tamanho da gota vacinal é importante, devendo ser usada a chamada a “gota grossa” ou seja, maior do que 100 micron, evitando-se a “gota aerossol”, menor que 50 mícron.

Avicultura 

Saiba mais sobre o portfólio de produtos e soluções da MSD Saúde Animal para Aves.

Vias de administração de vacinas individuais em aves possibilitam a precisão da dosagem

As vias de administração individuais incluem ocular, nasal, por punção das asas e injetável (subcutânea, intramuscular ou vacina in ovo). De acordo com Cesar, elas têm uma vantagem: permitem que o vacinador tenha a certeza de que a dose correta do imunizante foi aplicada. Mas o manejo das aves durante o procedimento é um fator de estresse para o animal e pode dificultar uma imunização homogênea no plantel e, por isso, é necessário que uma equipe bem treinada conduza o processo, manuseando os animais de forma adequada, segundo as normas de bem-estar animal.

As vacinas polivalentes para aves são tipos de imunizantes que só podem ser administrados por vias individuais. Isso porque “A grande maioria das vacinas polivalentes são vacinas inativadas, ou seja, contêm antígenos que estão mortos. Esse tipo de vacina só pode ser administrado por via subcutânea ou intramuscular, por isso, as vias massivas de aplicação, como água potável ou por pulverização, não podem ser usadas”, explica o especialista.

Qual via de administração para vacinar galinhas utilizar?

Cesar afirma que a escolha das vias de administração de vacinas pode ser feita a partir de alguns critérios: A idade dos animais e o tipo de vacina que se pretende utilizar são 2 fatores importantes na decisão. Por exemplo, as vacinas contra doença de Marek são administradas apenas nas incubadoras (in ovo ou via subcutânea), enquanto as vacinas vivas contra Newcastle e bronquite infecciosa podem ser administradas no incubatório, no primeiro dia por pulverização, ou nas granjas por via ocular, spray ou mesmo subcutânea caso a vacina seja inativada”.

Mas também é importante levar em consideração que os vírus têm locais preferenciais de localização e multiplicação. Por esse motivo, as vias de imunização podem estimular de modo distinto a resposta imunológica. Ainda de acordo com o documento publicado pelo EMBRAPA, é por essa razão que a vacina contra bronquite infecciosa das aves, por exemplo, desenvolve melhores resultados quando administrada por aspersão, embora também possa ser administrada pela água de bebida.

A partir dessas informações, podemos concluir que as vias de administração de vacinas disponíveis no mercado oferecem vantagens distintas. A imunização em massa, por exemplo, permite que a tabela de vacinação de aves seja seguida de modo mais ágil, fator que pode ser interessante para aviculturas que têm alta densidade animal. Além disso, a imunização via aspersão é comumente indicada para a prevenção de doenças de caráter respiratório, visto que este método possibilita o acesso direto aos sítios de multiplicação viral. No entanto, em todos os casos, é importante que o médico-veterinário faça uma análise das condições específicas de cada granja, assim como dos tipos de vacina de galinha disponíveis, para determinar a via de administração mais adequada caso a caso.

* Cesar Reyes Macedo é médico-veterinário e mestre em Saúde Avícola pela Universidad Nacional Mayor de San Marcos (UNMSM).

Newsletter Universo da Saúde Animal

Sua fonte especializada de informações relevantes sobre Saúde Animal. Inscreva-se
gratuitamente e tenha acesso a atualizações veterinárias no Brasil e no mundo.