Hemoparasitas em cães: Causas, sinais clínicos e tratamento

Introdução

Os hemoparasitas em cães são um problema comum. Esses micro-organismos de células sanguíneas são transmitidos ao animal por meio do contato com vetores, como carrapatos, mosquitos e pulgas previamente infectados, e podem causar doenças graves, apresentando sinais clínicos inespecíficos e dificultando o diagnóstico diferencial.

Alguns hemoparasitas podem causar consequências graves nos cães, portanto, a prevenção é essencial. 

Na América Latina, a prevalência de hemoparasitas em cães é alta. O diagnóstico e o tratamento adequados são cruciais para a saúde do animal de estimação. (Principais doenças transmitidas por vetores em animais de companhia na América Latina, https://www.universodelasaludanimal.com/animales-de-compania/principales-enfermedades-transmitidas-por-vectores-en-animales-de-compania-en-latinoamerica/)

Neste artigo, discutiremos os principais hemoparasitas que afetam os cães, bem como os diferentes sinais clínicos, alternativas preventivas e terapêuticas.

Causas

Os hemoparasitas mais comuns que afetam os cães são:

• Babesia canis (O que é babesiose canina e como pode ser evitada? https://www.universodasaudeanimal.com.br/pets/o-que-e-babesiose-canina-e-como-pode-ser-evitada/)
• Anaplasma platys
• Ehrlichia canis
• Dirofilaria immitis
• Leishmania infantum (Leishmaniose visceral canina: pontos-chave para sua prevenção https://www.universodelasaludanimal.com/animales-de-compania/leishmaniasis-visceral-canina-puntos-clave-para-su-prevencion/)
• Bartonella spp.
• Hepatozoon canis
• Borrelia burgdorferi
• Rickettsia rickettsii

Entre as mais comuns estão as bactérias da família Anaplasmataceae, os protozoários da família Babesidae, bem como a Ehrlichia, causada por bactérias pertencentes à família denominada Rickettsiae.

Como os hemoparasitas dependem de um vetor, dependendo das características da área onde o cão vive, nosso paciente terá maior probabilidade de ser infectado por um ou outro, dependendo da presença de carrapatos, mosquitos ou pulgas.

Sinais clínicos de hemoparasitas em cães

Os sinais de infecção por hemoparasitas variam de acordo com o tipo de parasita envolvido e a gravidade da doença e, em muitos casos, esses sinais são inespecíficos. Entretanto, alguns sinais clínicos comuns incluem:

• Febre
• Letargia
• Perda de apetite
• Diarreia com sangue
• Vômitos
• Perda de peso
• Anemia
• Dificuldade para respirar
• Uveíte
• Sangramento nasal ou gengival
• Inchaço abdominal
• Problemas neurológicos, como convulsões ou ataxia

É importante observar que alguns cães podem ser portadores assintomáticos e não apresentar nenhum sinal. No entanto, esses cães ainda podem transmitir a doença a outros cães por meio de vetores.

Prevenção de hemoparasitas em cães

Para prevenir doenças hemoparasitárias em cães, devem ser tomadas medidas para minimizar a exposição aos vetores que as transmitem. Algumas delas estão detalhadas abaixo:

• Educação: é necessário educar os tutores de animais de estimação sobre a importância da prevenção e sobre como eles podem proteger seus cães dos vetores que transmitem hemoparasitas. Incluem-se nessas medidas a divulgação de informações sobre os produtos preventivos disponíveis, recomendações sobre como evitar áreas de alto risco e como detectar os primeiros sinais de infecção das hemoparasitoses.
• Produtos preventivos: medicamentos preventivos estão disponíveis comercialmente para proteger os cães contra pulgas e carrapatos, por exemplo, fluralaner ou deltametrina. É importante selecionar os produtos certos para cada caso, levando em conta a idade, o tamanho e o estado de saúde do cão. Os produtos incluem pipetas de desparasitação, comprimidos de controle de pulgas e carrapatos, coleiras repelentes de mosquitos, pulgas e carrapatos, entre outros.
• Vacinação: a vacinação contra uma importante zoonose transmitida por mosquitos, a leishmaniose, deve ser mencionada. Embora o principal método preventivo contra essa doença seja o uso de coleiras à base de piretróides, como a deltrametrina. É importante garantir que os cães estejam em dia com suas vacinas e que recebam as doses recomendadas de acordo com sua idade e estado de saúde. 
• Controle do ambiente: É importante evitar que os cães entrem em contato com os vetores. Isso pode incluir evitar áreas arborizadas e pantanosas e manter os jardins e quintais livres de ervas daninhas. Também é importante considerar o controle de vetores em instalações para pets, como canis e gatis.

Deve-se lembrar que a prevenção é a melhor estratégia para evitar a infecção por hemoparasitas em cães. Ao seguir essas medidas preventivas, o risco de doenças graves pode ser minimizado e a saúde dos cães pode ser protegida.

Tratamento para hemoparasitas em cães

O tratamento da infecção por hemoparasitas dependerá do tipo de parasita envolvido e da gravidade da infecção. Em alguns casos de anemia grave, podem ser consideradas transfusões de sangue.

Alguns cães podem precisar de hospitalização para controlar as manifestações clínicas e monitorar o progresso do tratamento.  Abaixo estão alguns medicamentos comumente usados:

• Antibióticos: os antibióticos são frequentemente usados para tratar infecções por Ehrlichia e Anaplasma. A doxiciclina, a minociclina e a rifampicina são alguns dos comumente usados.
• Antiprotozoários: os agentes antiprotozoários podem incluir o dipropionato de imidocarb .
• Terapia de suporte: a terapia de suporte também pode ser útil no tratamento de cães infectados com hemoparasitas. Isso pode incluir a administração de fluidos e eletrólitos, bem como terapias específicas para tratar os sinais clínicos associados à infecção.

É importante lembrar que o tratamento adequado para hemoparasitas em cães dependerá do tipo de parasita presente, da gravidade da infecção, da idade e da saúde geral do animal, entre outros fatores.

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Referencias

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