Pecuária

A importância da segunda dose da vacina bovina na imunização animal

18 maio 2022

A aplicação de vacinas bovinas no rebanho é a principal forma de prevenir a circulação de patógenos e problemas produtivos associados. Ter um programa vacinal adequado reduz, por exemplo, a incidência de doenças respiratórias em bovinos, que representam uma ameaça à pecuária e ao bem-estar animal. Mas alguns cuidados precisam ser tomados para garantir a eficácia do imunizante, como administrar corretamente a segunda dose. Reunimos os principais pontos que explicam a importância de aplicar a segunda dose vacinal em bovinos, citados pelas autoras Dra. Camila Costa Baccili e pela professora Viviani Gomes, ambas do GeCria (Grupo de Pesquisa em Medicina Aplicada ao Período de Transição, Cria e Recria) no artigo ”Qual a importância de aplicar a segunda dose vacinal em meu rebanho?”.

Segunda dose da vacina bovina impulsiona a formação de anticorpos após processo de apoptose

De antemão, é preciso entender as reações fisiológicas que ocorrem no organismo do animal quando se administra as vacinas bovinas. O artigo ”Qual a importância de aplicar a segunda dose vacinal em meu rebanho?” explica que o sistema imune inato reconhece o agente patogênico contido no imunizante para acionar os mecanismos de defesa. Ao mesmo tempo, a imunidade adquirida é acionada para maximizar a resistência ao organismo invasor. A partir disso, os componentes da imunidade adquirida, como as células dendríticas e os linfócitos T e B, desenvolvem anticorpos para combater uma possível reinfecção.

Essa formação de anticorpos é em parte perdida porque ocorre um processo ativo de morte celular (apoptose) para eliminar aquelas que não tem potencial para proteger o organismo do animal contra uma nova infecção. Por esse motivo, as autoras concluem que a segunda dose tem um papel crucial ao impulsionar uma maior produção de anticorpos, proporcionando uma resposta imune efetiva de longo prazo.

Aplicação das doses de vacina bovina deve ter um intervalo de 30 dias e estar associada a boas práticas de manejo 

Para que a vacina gere uma resposta imunológica eficiente é importante também que o intervalo recomendado de 30 dias entre a administração das doses seja respeitado. Isso porque caso esse período seja encurtado, o organismo não terá tempo suficiente para ocorrer a seleção de linfócitos e a formação de anticorpos adequada. Além disso, outras boas práticas de manejo na aplicação de vacinas bovinas são necessárias para que haja uma imunização efetiva, como o armazenamento adequado das doses e os cuidados para minimizar o estresse animal durante o procedimento.

Em síntese, o artigo elaborado pelas pesquisadoras do GeCria enfatiza que a ação prolongada e duradoura da vacina no rebanho depende do bom manejo do programa de vacinação, o que inclui a aplicação da segunda dose, que é fundamental para estimular o reforço do sistema imune. Essa é uma das formas de garantir o bem-estar animal em bovinos de corte, já que a incidência de doenças respiratórias, por exemplo, pode ser consideravelmente reduzida.