Como acabar com piolho de galinha
13 julho 2021
Você já deve ter ouvido falar sobre o manejo de galinhas em aviários, principalmente de granjas comerciais, mas nem todos sabem sobre os ectoparasitas e seus riscos para a saúde e o desempenho produtivo das aves, principalmente no caso de poedeiras comerciais e de reprodutoras pesadas. Inclusive, é comum que muitos se perguntem como acabar com piolho de galinha, nome pelo qual o ácaro D. gallinae é conhecido popularmente. Para conhecer um pouco mais a respeito deste tema, selecionamos algumas das principais perguntas a respeito de piolhos e ácaros, principais ectoparasitas das aves que podem representar um verdadeiro problema para os avicultores.
O que é um ectoparasita e qual a sua ocorrência nas galinhas
Os ectoparasitas são organismos que se hospedam na superfície do corpo de outros seres vivos para obterem alimentos e conseguirem sobreviver e reproduzir-se. Eles podem ficar a maior parte do tempo no hospedeiro ou por um breve período de tempo durante o dia e são capazes de transmitir diferentes tipos de doenças ao animal.
A doutora em Medicina Veterinária com ênfase em patologia avícola Nilce Maria Soares, que também é pesquisadora científica do Instituto Biológico do governo de São Paulo, explica que, na avicultura industrial, a ocorrência de infestação por ectoparasitas é mais comum em galinhas confinadas. Devido ao modo de criação, elas têm seus mecanismos de defesa reduzidos contra esses artrópodes, por causa da falta de contato com o sol e o solo, entre outros fatores.
“Os ectoparasitas de importância para a avicultura industrial são os ácaros e piolhos”, afirma a pesquisadora.
Os tipos de ectoparasitas e suas formas de infestação em galinhas
De acordo com uma pesquisa do Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) sobre a importância, identificação e controle de piolhos e ácaros em galinhas poedeiras, as principais espécies são:
• Dermanyssus gallinae: ácaro hematófago (isto é, que consome sangue) chamado de “piolhinho de galinha”, “vermelhinho” ou “pixilinga”. Eles se alimentam do sangue das galinhas;
• Ornithonyssus sp: também é um ácaro hematófago, conhecido como “ácaro da pena”. Ele fica o tempo todo na ave;
• Megninia sp: não é hematófago, mas vive nas penas das galinhas.
• Menopon gallinae e Menacanthus sp: são piolhos de galinha mastigadores, que se alimentam de descamações na pele e penas. A infestação por estes piolhos apresenta, segundo a Dra. Nilce Maria, “sinais clínicos com lesões mais ou menos severas dependendo da espécie responsável pela infestação. De maneira geral, as galinhas demonstram irritação/ estresse e podem ficar debilitadas, com sinais clínicos de anemia e dermatites”. No pior dos quadros, o piolho de galinha pode levar à morte das aves. Vale destacar que esses ácaros fazem o ciclo de vida completo em seus hospedeiros e os ovos são depositados nas bases das penas.
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Como acabar com piolho de galinha e quais as medidas preventivas contra esses ectoparasitas
Para controlar a infestação dos ácaros e piolhos nas galinhas é preciso, conforme o estudo da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), que os criadores evitem a entrada de galinhas infestadas no aviário e restrinjam ao máximo o acesso de aves silvestres nas instalações, já que elas podem funcionar como vetores.
O ectoparasita D. gallinae ou “vermelhinho”, pode ser controlado com o tratamento das instalações e equipamentos, utilizando-se produtos recomendados por um especialista. Os “ácaros da pena” precisam ser combatidos com aplicação de acaricidas diretamente nas aves, sempre seguindo a orientação de profissionais.
A Dra. Nilce Maria Moraes explica que os piolhos de galinha também não são muito diferentes. O controle deles é feito também com base em produtos químicos.
Adotar medidas preventivas para que não haja infestações por ectoparasitas nos animais e instalações é essencial. É preciso bloquear o transporte de ácaros pelos fômites (roupas e calçados dos funcionários e visitantes, caixas e materiais de embalagens, ferramentas e outros), detectar os focos a tempo, reciclar materiais de galpões e granjas e adotar outras medidas estritas de biosseguridade (como restringir o acesso de pessoas estranhas ao processo e controlar o fluxo dos funcionários de galpões infestados, para que não circulem de áreas infestadas para áreas livres).