Aquicultura

Como controlar a incidência de Flavobacterium no salmão do Atlântico

24 maio 2022

O risco de transmissão de Flavobacterium no salmão do Atlântico pode ser minimizado por meio da implementação de medidas de biosseguridade

A incidência de Flavobacterium causa impactos econômicos significativos no cultivo de salmão do Atlântico. Segundo um artigo publicado no Researchgate, as infecções por Flavobacterium psychrophilum estão entre os maiores problemas na fase de água doce da aquicultura do Chile, podendo causar de 5 a 90% de mortalidade em alevinos, principalmente no salmão do Atlântico. Mesmo os peixes que sobrevivem à doença podem sofrer deficiência no crescimento e apresentar anormalidades na coluna vertebral, o que torna essencial a adoção de medidas preventivas.

Proliferação de Flavobacterium nas pisciculturas de salmão do Atlântico pode ser evitada por meio de medidas de biosseguridade

Por mais que os surtos de Flavobacterium sejam estudados há quase 100 anos na comunidade científica, os métodos de prevenção e controle ainda se mostram um desafio. É o que aponta um artigo publicado no Journal of Advanced Research, que relaciona a abrangência dessas bactérias nos ambientes aquáticos, na pele, nas brânquias, no muco e no intestino dos peixes como um fator que dificulta a erradicação.

Mesmo com esses obstáculos, as medidas de biosseguridade continuam sendo de fundamental importância para minimizar os riscos de que esse patógeno infecte as pisciculturas de salmão do Atlântico. Nesse sentido, a publicação do Journal of Advanced Research indica que a manutenção de capacidades de transporte seguras para o abastecimento e fluxo de água e o uso e armazenamento adequado de alimentos para peixes de qualidade sejam priorizados.

Além disso, a limpeza e desinfecção do tanque de água para peixes e dos equipamentos utilizados na produção devem ser feitos adequadamente para evitar a proliferação bacteriana. Um outro cuidado necessário é remover rapidamente os peixes mortos, pois os reservatórios de Flavobacterium psychrophilum são peixes infectados e sem vida que eliminam bactérias e suprimentos de água. Essa liberação de patógenos na coluna d’água é perigosa para o status sanitário da piscicultura, pois esses microrganismos sobrevivem por longos períodos fora dos hospedeiros.

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Tratamento de Flavobacterium pode ser feito com uso de antimicrobianos incorporados à ração

Os salmonídeos contaminados por Flavobacterium na fase de água doce podem ser tratados com antimicrobianos incorporados à ração, como o florfenicol. Mas para que o prognóstico seja bem-sucedido, é imprescindível que haja uma detecção precoce e precisa desse patógeno como agente causal da doença. Esse ponto é ressaltado em outra pesquisa publicada no Journal of Advanced Research, pois a perda de apetite do peixe é um dos primeiros sintomas da doença, então um estágio mais avançado da infecção influenciará diretamente a eficácia do tratamento aplicado na ração.

Por isso, o artigo recomenda que sejam feitas inspeções periódicas de patógenos na piscicultura em amostras estaticamente significativas. Isso é importante para iniciar o tratamento antimicrobiano antes da expressão da doença clínica, e consequentemente, minimizar os danos à saúde e ao bem-estar animal causados por Flavobacterium.

Em resumo, controlar a incidência de Flavobacterium no salmão do Atlântico é um grande desafio sanitário que depende da implementação de medidas de biosseguridade e de inspeções bacterianas nos lotes. Vale lembrar que essa doença afeta outras espécies de peixes no Chile, como a truta-arco-íris e o salmão-prateado, e, por esse motivo, as medidas preventivas devem ser implementadas em todos os sistemas de criação. Isso é importante não só para prevenir a entrada e transmissão desse patógeno, como também de outras doenças em salmões causadas por bactérias.

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