Pets

Rinotraqueíte felina: como orientar tutores sobre a prevenção e o tratamento dessa infecção respiratória

15 setembro 2022

A rinotraqueíte felina é chamada popularmente de gripe em gatos, mas esse termo pode levar à desinformação sobre a prevenção e o tratamento da doença

A rinotraqueíte felina é uma enfermidade viral respiratória muito comum e recorrente, principalmente nos meses mais frios do ano, e por isso é popularmente chamada pelos tutores de gripe em gatos. Apesar da comparação com a doença que acomete humanos, existem diferenças importantes que devem ser esclarecidas ao dono do pet. O médico-veterinário Yon Alesander Palacio compartilha como orientar os tutores sobre a prevenção através da vacinação e também do tratamento correto da rinotraqueíte em gatos.

‘Gripe em gatos’: veterinário deve esclarecer que a rinotraqueíte felina não é igual à gripe em humanos

Por ser conhecida como gripe em gatos, o tutor costuma estar desinformado sobre as verdadeiras características da rinotraqueíte felina. Uma boa forma de começar a esclarecer as diferenças é pela denominação dos agentes causais: a gripe em humanos é causada pelo vírus Influenza, enquanto a rinotraqueíte em gatos também é viral , mas provocada pelo Herpesvirus Felino 1 (HVF-1). 

A partir desse princípio, entende-se mais facilmente o porquê do desenrolar das doenças ser distinto. ”Há uma grande diferença no desenvolvimento fisiopatológico, pois a gripe em humanos tende em termos gerais a ser controlada eficientemente pelo sistema imunológico e apresentar rápida melhora. A rinotraqueíte felina é uma infecção com curso patológico mais grave com tendência a complicações com infecções secundárias ou concomitantes que acometem o trato respiratório e até a conjuntiva e os olhos”, explica o Yon Alesander.

Saiba mais sobre o portfólio de produtos e soluções da MSD Saúde Animal para pets.

Tratamento da rinotraqueíte felina é fundamental para impedir o agravamento do quadro clínico

Outro desafio da comparação direta da gripe em humanos com a rinotraqueíte em felinos é a minimização da gravidade do problema por parte dos proprietários de gatos. Existem pessoas que quando estão gripadas não buscam atendimento médico e nem se medicam, e quando o gato também apresenta sintomas respiratórios, creem que podem agir da mesma maneira. O médico-veterinário deve coibir essa postura e enfatizar a necessidade do tratamento para a rinotraqueíte felina.

”Ao confundir rinotraqueíte com gripe, os tutores interpretam a doença como passageira e de fácil resolução. Com isso, pode-se perder um tempo valioso para evitar o desenvolvimento da forma grave da doença, o que pode comprometer ainda mais a saúde do felino. Com a infecção gerada pelo Herpesvírus, a porta se abre para doenças virais infecciosas concomitantes, como Calicivírus, ou o desenvolvimento de infecções bacterianas secundárias, como a Bordetella ou Chlamydia”, enfatiza o médico-veterinário.

O protocolo de tratamento para rinotraqueíte felina deve ser indicado pelo médico-veterinário após avaliação individual do paciente. Fatores como estágio da infecção, prognóstico da doença e gravidade do estado clínico devem ser considerados. Podem ser receitados medicamentos antivirais e antibióticos, caso haja infecções bacterianas secundárias. A suplementação do aminoácido lisina também pode ser indicada.

Importância da vacina contra rinotraqueíte felina deve ser enfatizada

É fundamental que o médico-veterinário enfatize ao tutor a importância da aplicação da vacina contra rinotraqueíte felina, que tem duas doses para imunização primária e deve ser aplicada anualmente para reforço. Aproximadamente 90% dos animais que sofreram infecção pelo Herpesvírus Felino 1 tornam-se portadores do vírus por toda a vida, tendo papel fundamental na perpetuação e transmissão da infecção, justificando ainda mais a necessidade e importância da vacinação.

Conclui-se, dessa forma, que a orientação do médico-veterinário sobre a rinotraqueíte felina é essencial para que o tutor seja capaz de entender a importância de prevenir tratar a doença com a devida responsabilidade, e não como um problema simples e passageiro. O fato do Herpesvírus continuar presente no organismo dos gatos recuperados da enfermidade também pode confundir os tutores, tendo o médico-veterinário papel fundamental em ressaltar que isso não significa que a vacina contra o Herpesvírus Felino seja desnecessária. A revacinação anual contra o Herpesvírus deve ser feita em conjunto com outras imunizações fundamentais e de acordo com o estilo de vida do gato e a recomendação do médico-veterinário.

* Yon Alesander Palacio é formado em Medicina Veterinária pela Universidade de Antioquia e é Customer Representative de Animais de Companhia na MSD Saúde Animal.

Newsletter Universo da Saúde Animal

Sua fonte especializada de informações relevantes sobre Saúde Animal. Inscreva-se
gratuitamente e tenha acesso a atualizações veterinárias no Brasil e no mundo.