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Primovacinação ou plano de vacinação em filhotes: aconselhamento ao cliente: Parte 1

Por que é importante vacinar filhotes? 

A vacinação em filhotes é essencial na medicina preventiva para pets e um fator importante no estabelecimento da relação veterinário-paciente a longo prazo. As pessoas ainda apresentam dúvidas ou demonstram ceticismo em relação ao uso de vacinas. Por isso é muito importante educar o cliente para ajudá-lo a entender que a vacinação é segura, eficaz e indispensável no plano de saúde do seu pet e que as vacinas ajudarão a prevenir doenças zoonóticas que podem afetar o lar.  

O que são vacinas? 

As vacinas têm como função ativar respostas imunológicas de proteção e preparar o sistema imunológico para combater futuras infecções de agentes causadores de doenças. As vacinas podem oferecer imunidade contra uma ou várias doenças, o que reduz sua gravidade ou até mesmo impede sua ocorrência.2  

Eficácia das vacinas 

As vacinas em filhotes são geralmente eficazes e ajudam a prevenir uma série de doenças fatais. Se vacinarmos nos intervalos corretos e com todas as vacinas necessárias, a grande maioria dos animais de estimação será capaz de responder com sucesso contra as doenças. 

Tipos de vacinas  

Existem 3 tipos de vacinas que podem ser administradas: vivas atenuadas, inativadas e recombinantes.3,4  

  • Vacinas vivas atenuadas: são vacinas nas quais o patógeno (antígeno) é alterado (atenuado) para que não possa mais causar doenças graves nas espécies-alvo. É gerada uma leve infecção na espécie vacinada, tornando-a imune mas sem produzir os sinais clínicos de uma doença infecciosa. 
  • Vacinas inativadas ou mortas: nessas vacinas, o antígeno, seja vírus, bactéria ou outro microrganismo, é completamente inativado, o que impede sua reprodução e, portanto, o torna incapaz de induzir uma patologia ou doença infecciosa. Neste tipo de vacinas, geralmente são administradas várias doses para poder gerar proteção e sua duração mínima de imunidade é mais curta em comparação com as vacinas vivas atenuadas.  
  •  Vacinas recombinantes:  

Existem 3 subcategorias de vacinas recombinantes.  

  • Recombinantes do tipo 1: Vacinas de subunidades purificadas. Nelas são utilizados fragmentos específicos do vírus. Nenhum vetor é utilizado. 
  • Recombinantes do tipo 2: Deleção de genes ou atenuadas. Nessas vacinas, o material genético é alterado para modificar sua virulência e torná-lo não patogênico. 
  • Recombinantes do tipo 3: Vacina com um vetor viral. Um vírus é usado como vetor e o material genético do patógeno desejado é incorporado a ele. 

Quais são as Reações Adversas que essas vacinas podem causar?  

As vacinas são projetadas para prevenir doenças. No entanto, as vacinas por serem constituídas por microrganismos patogênicos, inativos ou vivos, além de componentes como conservantes e adjuvantes, portam o risco constante de provocar reações adversas após serem inoculadas no paciente. As reações adversas são definidas como efeitos colaterais ou consequências inesperadas associadas à vacinação. 

As reações adversas podem ser causadas por: administração inadequada da vacina, respostas imunes inatas à vacina, respostas mediadas por células específicas ou respostas imunes humorais aos componentes da vacina ou induzidas por antígenos vacinais.1,3,5  

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As reações que ocorrem com mais frequência são: inflamação local no lugar de aplicação da injeção, mal-estar, pirexia e anorexia por 1 a 2 dias após a vacinação. A maioria dessas reações é de curta duração e não requer mais do que o controle pelo dono do animal.3,6  

Outras reações adversas que podem ocorrer: 3,5 

  • Nódulos benignos, que não são dolorosos e desaparecem em semanas ou meses.  
  • Abcessos, podem ocorrer como consequência de uma contaminação ao introduzir a agulha ou por contaminação da vacina. 
  • Sarcomas, são complicações de caráter tumoral, graves em gatos e são observados como uma tumefação firme ao redor do local da vacinação. A causa não é muito clara, mas alguns fatores de risco estão associados a fatores de predisposição genética induzidos pela aplicação de medicamentos por via subcutânea em gatos. Hipersensibilidade do tipo 1: É uma resposta imunitária exagerada, que provoca danos nos tecidos. Essas reações são mediadas por altos níveis de imunoglobulinas e como resultado da exposição à vacina. A reação ocorre de 30 minutos até 3 horas após a vacinação. Em cães, os sinais que podem ocorrer vão desde urticária, angioedema e prurido até problemas respiratórios e choque anafilático. Em gatos podem ocorrer vômitos, diarréia, choque respiratório e vascular. Se o pet apresentar algum destes sinais deve receber atenção médica de urgência. 
  • Hipersensibilidade do tipo 2: São reações autoimunes. Embora não tenha sido totalmente comprovado, há suspeita que os cães possam desenvolver trombocitopenia ou anemia hemolítica. Se um cão apresentar estas reações dentro de 1 a 2 meses, recomenda-se que o veterinário avalie seriamente, o risco-benefício do uso da vacina.  
  • Hipersensibilidade do tipo 3: São reações mediadas pela formação de complexos imunes que podem se manifestar com sinais clínicos como a uveíte, a glomerulonefrite, a poliartrite e a vasculite isquêmica cutânea. Uma vez que um animal apresenta esse tipo de reação, o uso posterior da vacina deve ser evitado. 

Referências 

1. Ellis J, Marziani E, Aziz C, et al. 2022 AAHA Canine Vaccination Guidelines. J Am Anim Hosp Assoc 2022;58:213–230. 

2. American Veterinary Medical Association. VACUNAR A SU MASCOTA. Am Vet Med Assoc. Available at: https://ebusiness.avma.org/files/productdownloads/LR_COM_ClientBrochure_VaccinationsSpanish_041516.pdf. Accessed January 30, 2023. 

3. Davis-Wurzler GM. 2013 Update on Current Vaccination Strategies in Puppies and Kittens. Vet Clin Small Anim 2014;44:235–263. 

4. Day MJ, Horzinek MC, Schultz RD, et al. Directrices para la vacunación de perros y gatos. Compilado por el grupo de las directrices de vacunación (VGG) de la asociación mundial de veterinarios de pequeños animales (WSAVA). J Small Anim Pract 2016;57:E1–E51. 

5. Rubio V, Corpac V, Las Garzas V, et al. Guías para la vacunación de perros (caninos) y gatos (felinos) en Perú Vaccination guidelines for dogs (canine) and cats (feline) in Peru. Rev Inv Vet Perú 2018;29:1463–1474. 

6. Iturbe Cossío TL, Aguilar Bobadilla J, Basurto Alcántara FJ, et al. Guías de Vacunación para perros y gatos COLAVAC-FIAVAC-México. Parte 1. Vanguard Vet 2017:14–29. Available at: http://www.vanguardiaveterinaria.com.mx/83-sep-oct-2017?lightbox=dataItem-j6o3zfri. 

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