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Hemobartonelose felina: os riscos dessa anemia infecciosa e como evitar seu contágio

4 agosto 2022

Riscos da hemobartonelose felina podem ser prevenidos por meio do uso de medicamento para pulga de gato

A hemobartonelose felina é caracterizada por uma anemia hemolítica causada por micoplasmas que parasitam os eritrócitos, induzindo hemólise. Entre as principais espécies de hemoparasitas relatadas na etiologia da doença estão Candidatus M haemominutum e M haemofelis. Segundo o Manual Veterinário de MSD sobre micoplasmas hemotrópicos, M haemofelis é o organismo mais patogênico e pode causar anemia hemolítica em gatos imunocompetentes enquanto Candidatus M haemominutum não foi claramente associado à doença.

Os sinais clínicos e os riscos dessa anemia infecciosa felina variam de acordo com o estágio da doença. Para entender melhor sobre isso, conversamos com o médico-veterinário e zootecnista Alejandro Sanchez, que também citou medidas para evitar o contágio da hemobartonelose em gatos.

Estágios da hemobartonelose felina e seus principais riscos para a saúde animal

Antes de abordarmos os riscos da hemobartonelose felina, é preciso entender como se dá a evolução da doença. Alejandro Sanchez explica que há três estágios: fase aguda, fase de recuperação e fase crônica. “Na fase aguda, observamos a multiplicação do hemoparasita no sangue, bem como dos sinais clínicos. Durante a fase de recuperação, o hemoparasita pode ser detectado no sangue, mas não há sinais ou o paciente está em plena recuperação. No portador não há sinais, mas hemoparasitas podem ser detectados por PCR”, detalha o especialista.

Portanto, os sinais mais severos são observados durante a fase aguda da infecção. Eles podem incluir letargia, fraqueza, taquicardia, taquipnéia, anorexia, desidratação, febre, depressão além de esplenomegalia e icterícia com menos frequência. Se a anemia hemolítica felina não for diagnosticada e tratada, o paciente pode chegar ao óbito. 

Gatos com anemia infecciosa felina permanecem sendo portadores da doença mesmo após o tratamento

De acordo com o médico-veterinário, o tratamento da hemobartonelose felina não impede a reincidência da anemia, mas o novo quadro infeccioso pode ocorrer na ausência de sintomas. “Os gatos, mesmo aqueles que foram tratados, podem permanecer cronicamente infectados com hemoparasitas por um período indefinido de tempo, sem sinais clínicos e com um hematócrito normal. Além disso, sem poder detectar hemoparasitas no esfregaço de sangue”, afirma.

Sanchez aponta uma razão que pode explicar a ausência de sintomas: “Especula-se que essa condição seja causada pela destruição efetiva dos micro-organismos pelo sistema imunológico. A reativação da infecção, embora rara, pode ocorrer, e pode resultar em doença clínica ante imunossupressão, neoplasia ou infecções virais”.

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Casos de hemobartonelose felina podem ser evitados ao prevenir as infestações por pulgas com medicamentos específicos e ao limitar o acesso dos gatos à rua

Como a hemobartonelose traz sérios prejuízos à saúde animal e o seu tratamento não impede a reincidência da doença, o ideal é que sejam adotadas medidas preventivas. No entanto, as formas pelas quais os gatos são infectados ainda são mal compreendidas, explica Alejandro Sanchez, o que torna difícil dar diretrizes para prevenir a infecção.

“Diferentes estudos têm sido realizados com resultados conflitantes na transmissão por picadas de artrópodes, sendo a pulga o transmissor mais provável, mas isto não é conclusivo, sendo as opções mais viáveis a agressão entre gatos e através de transfusões. Do pouco que sabemos, é necessário tratar o gato continuamente para evitar a infestação de pulgas e evitar que os gatos saiam para evitar agressões entre eles. Além disso, gatos infectados não devem ser usados como doadores de sangue”, conclui o médico-veterinário.

Em síntese, a hemobartonelose é um risco em si, pois os felinos afetados desenvolvem uma anemia hemolítica de difícil controle, que pode reincidir mesmo após a conclusão do  tratamento. Por isso, os veterinários devem recomendar aos tutores o uso contínuo de antiparasitários sabidamente eficazes contra as pulgas e evitar que os gatos tenham acesso a outros felinos fora do ambiente doméstico, sendo indicada a restrição do acesso à rua.  

* Alejandro Sanchez é médico-veterinário e zootecnista formado pela Universidad Nacional Autónoma de México.

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