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Doença de Lyme em cães: Sinais clínicos e tratamento

Introdução

A doença de Lyme ou borreliose é uma infecção causada pela espiroqueta Borrelia spp (principalmente Borrelia burgdorferi), que é transmitida pela picada de carrapatos infectados com a bactéria. Essa doença pode afetar diferentes espécies animais, incluindo cães, gatos, cavalos, ovelhas, gado, bem como seres humanos. 

É importante lembrar que a doença de Lyme é uma doença zoonótica. Isso significa que ela pode ser transmitida de animais para seres humanos por meio da picada de carrapatos, portanto, medidas voltadas para a prevenção, o tratamento e o controle adequados são vitais.

O carrapato do gênero Ixodes é o principal vetor envolvido. O contágio dessa doença ocorre principalmente durante os meses mais quentes, época de maior proliferação desses parasitas. A doença de Lyme canina pode ser transmitida em qualquer estágio do carrapato, desde as larvas até os adultos.

Continue lendo para saber mais sobre a doença de Lyme em cães, seus sinais clínicos, tratamento e medidas de prevenção.

Sinais clínicos da doença de Lyme

Os sinais da doença de Lyme em cães podem variar de leves a graves e podem aparecer semanas ou até meses após a picada do carrapato. Os sinais da doença de Lyme em cães são inespecíficos e não são exclusivos da doença de Lyme, mas geralmente podem incluir (https://www.universodasaudeanimal.com.br/pets/os-sintomas-da-doenca-de-lyme-em-caes/):

  • Febre: a temperatura corporal do cão pode aumentar para mais de 39,5 °C (103 °F).
  • Claudicação, dor e rigidez. O resultado da inflamação das articulações (artrite aguda), que também pode causar a deformação das articulações.
  • Perda de apetite.
  • Fadiga: os cães com doença de Lyme podem ficar cansados e letárgicos.
  • Inchaço e eritema no local da picada.
  • Outros achados em casos mais graves podem incluir problemas renais, cardíacos e neurológicos.

Em alguns casos, os cães podem ser assintomáticos, mesmo que tenham a bactéria. Nesses casos, a detecção precoce da doença é mais difícil, portanto, é importante realizar a prevenção adequada, mantendo os animais de estimação livres de carrapatos.

Prevenção

A prevenção é a melhor maneira de proteger os cães da doença de Lyme, minimizando a exposição aos vetores, nesse caso, os carrapatos. O último pode ser feito por:

  • Controle de carrapatos: verifique regularmente se há carrapatos no cão e remova-os imediatamente se forem encontrados, tomando as devidas precauções (use luvas).
  • Tratamento preventivo: há vários produtos no mercado que podem ajudar a eliminar os carrapatos de cães e gatos, como pipetas, comprimidos e coleiras. 

Neste ponto, é importante mencionar o ciclo de vida dos carrapatos: considerando boas condições do vetor, o ciclo de vida geralmente dura cerca de 60 dias. Após a postura dos ovos, o ciclo de vida compreende três fases: larva, ninfa e adulto. 

Durante as três fases do ciclo do carrapato, os carrapatos se alimentam do sangue do hospedeiro. Depois de se alimentarem, geralmente caem no chão, mudando para o próximo estágio. Portanto, é possível que, durante o mesmo ciclo de vida, os carrapatos se alimentem de uma presa sempre que fizerem a muda. 

Levando em conta o ciclo de vida médio de 60 dias, vale a pena observar o uso de medicamentos de longa duração, como o fluralaner, que com uma dose oferece proteção por 12 semanas, cobrindo efetivamente o ciclo de vida do carrapato.

É importante manter o jardim livre de folhas e ervas daninhas para ajudar a reduzir a população de carrapatos e, portanto, o risco de os cães serem infectados pela doença de Lyme.

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Tratamento da doença de Lyme em cães

O tratamento da borreliose ou doença de Lyme canina é baseado na administração de antibióticos, que podem ser orais ou injetáveis. 

O tipo e a duração do tratamento dependerão da gravidade da doença e da saúde geral do cão. Em geral, recomenda-se um curso de quatro semanas de antibióticos.

Os medicamentos comumente usados para tratar a doença de Lyme em cães incluem:

Doxiciclina: é um dos antibióticos mais comuns usados para tratar a doença de Lyme em cães.

Amoxicilina: outro antibiótico que pode ser usado para tratar a doença de Lyme em cães. Ele é administrado por via oral e prescrito por várias semanas.

Ceftriaxona: esse antibiótico pode ser administrado por via intravenosa ou intramuscular e é usado em casos mais graves da doença de Lyme.

Além do tratamento com antibióticos, os cães com doença de Lyme podem precisar de tratamento de suporte para aliviar os sinais, como analgésicos para dores articulares e musculares, medicamentos para controlar a febre e suplementos nutricionais para melhorar a função renal.

É importante que os tutores de animais de estimação sigam rigorosamente as recomendações do veterinário com relação ao uso de antibióticos e à duração do tratamento para garantir que a infecção seja completamente eliminada. 

Em cães não tratados, a doença de Lyme pode causar problemas renais, neurológicos e cardíacos graves e até mesmo a morte.

Conclusões

  • A doença de Lyme é uma infecção bacteriana transmitida pela picada de carrapatos infectados. 
  • Embora os sinais clínicos da doença de Lyme em cães possam variar, a claudicação e a rigidez articular são os sinais mais comuns. 
  • As medidas preventivas para a infestação de carrapatos incluem check-ups regulares, o uso de determinados medicamentos preventivos e a boa higiene do espaço de vida do animal de estimação. 
  • O tratamento da doença de Lyme em cães é baseado em antibioticoterapia e pode ser acompanhado de terapia de suporte.

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