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Doença da arranhadura do gato: como evitar a bartonelose em felinos

24 fevereiro 2022

A doença da arranhadura do gato é transmitida para humanos através de arranhões ou mordidas, após o animal adquirir a bactéria por infestações de pulgas

A bartonelose felina é uma zoonose que tem como principal agente etiológico a bactéria Gram-negativa e aeróbica Bartonella henselae, embora a Bartonella clarridgeiae também possa estar envolvida na patogênese, mas em menor proporção. A transmissão aos humanos ocorre por meio de arranhaduras ou mordidas do animal infectado, o que explica por que a infecção também é conhecida como doença da arranhadura do gato.

Os sinais clínicos da doença em humanos, especialmente em crianças, costumam aparecer dentro de 3 a 10 dias após a lesão, com a manifestação de uma pápula eritematosa com crosta onde houve a mordida ou o arranhão. Por outro lado, no organismo animal, a bacteremia geralmente é assintomática, mas em alguns casos pode-se observar sintomas como letargia, febre, anorexia, linfadenomegalia, prejuízos oculares e neurológicos.

Como os gatos domésticos são os principais hospedeiros da bactéria, é de fundamental importância conhecer quais medidas devem ser tomadas para reduzir os casos de bartonelose felina e, consequentemente, a transmissão para humanos. Para entender mais sobre o assunto, conversamos com o médico-veterinário Marcio Antonio Barboza, que explicou como o agente infeccioso chega ao organismo felino e indicou a forma de prevenção mais adequada.

Como ocorre a transmissão da bartonelose felina?

Segundo Marcio Antonio, “a bartonelose é transmitida naturalmente entre gatos pela pulga. No gato infectado, Bartonella habita glóbulos vermelhos, que são ingeridos pela pulga, e a bactéria sobrevive no seu intestino. A bactéria é eliminada nas fezes de pulgas contaminadas que ficam depositadas na pele do gato, terminando sob as garras devido ao hábito de se coçar”.

Como foi citado pelo médico-veterinário, as infecções por Bartonella têm como característica marcante a invasão da bactéria aos eritrócitos, que se hospedam no citoplasma das células, mas a bactéria também pode infectar células endoteliais vasculares.

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Prevenção da bartonelose e os cuidados para evitar a doença da arranhadura do gato em humanos

Como a bartonelose é transmitida a partir de infestações de pulgas, principalmente da espécie Ctenocephalides felis, Marcio afirma que a principal forma de prevenir a doença é controlando o vetor. “Para isso, manter os animais sempre protegidos com ectoparasiticidas, principalmente os de longa duração, evita a infestação no animal e promove controle ambiental, evitando os riscos de exposição”, conclui. 

Além disso, o especialista indica outro cuidado veterinário que deve ser considerado para evitar a propagação da doença: “Tendo em vista que Bartonella spp. foram transmitidas por meio de inoculação de sangue de animais infectados, os gatos não devem receber transfusões sanguíneas de outros felinos com estado de Bartonella spp. desconhecido ou de gatos com resultados positivos da sorologia para Bartonella spp”.

O médico-veterinário também confirmou que qualquer infestação de pulgas pode representar um risco de transmissão da bactéria que causa a bartonelose, ressaltando a importância das medidas preventivas: “Qualquer infestação por pulgas pode torná-las infectadas e com capacidade de infectar outros animais. Por isso, é fundamental mantermos os animais sempre protegidos com o uso de ectoparasiticidas”.

A partir dessas informações, podemos concluir que o controle dessa zoonose está diretamente relacionado à prevenção e tratamento das infestações causadas por pulgas, que é o principal vetor da bactéria Bartonella henselae. Além disso, outras medidas complementares podem ser adotadas para prevenir casos da doença da arranhadura em humanos, como evitar arranhões ou mordeduras dos felinos, principalmente de animais com histórico clínico desconhecido. Se não for possível evitar a lesão, os médicos-veterinários devem orientar os tutores a lavar imediatamente o local com água e sabão para evitar a contaminação bacteriana.

* Marcio Antonio Barboza (CRMV-SP: 12.624) é graduado em Medicina Veterinária pela Universidade de São Paulo (USP) e ocupa o cargo de Gerente Técnico Pet na MSD Saúde Animal.

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