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As principais doenças transmitidas por vetores em animais de companhia na América Latina

As principais doenças transmitidas por vetores em animais de companhia podem ser prevenidas com o uso de parasiticidas de longa duração

As doenças transmitidas por vetores em animais de companhia constituem um problema de saúde pública, pois além de causarem prejuízos significativos à saúde animal, muitas têm potencial zoonótico. De acordo com um artigo publicado na revista médica Parasites & Vectors, embora a América Latina seja uma região especialmente afetada por essas enfermidades, existe uma carência de informações disponíveis para médicos-veterinários sobre o assunto. Pensando nisso, reunimos os conceitos centrais acerca das cinco principais doenças transmitidas por vetores nos países latinos, obtidos no livro Canine Vector Borne Diseases da Merck Health Animal e no artigo da Parasites & Vectors: as rickettsioses, leishmaniose, babesiose, dirofilariose e borreliose de Lyme.

1. As rickettsioses (anaplasmose, erliquiose e febre maculosa) têm quadros clínicos inespecíficos e de difícil diagnóstico 

As rickettsioses são causadas por riquétsias como Ehrlichia spp, Anaplasma spp. e R. rickettsii que causam erliquiose, anaplasmose e febre maculosa, respectivamente. Essas doenças são transmitidas majoritariamente por carrapatos e podem afetar seres humanos e animais de companhia. De acordo com um estudo publicado no Jornal Infectious Disease Clinics of North America, as manifestações clínicas das rickettsioses são inespecíficas, sendo muitas vezes similares aos de outras infecções febris agudas endêmicas de regiões tropicais e subtropicais. O que torna difícil o diagnóstico, sendo necessário o uso de métodos sorológicos e de biologia molecular. 

2. Leishmaniose canina é transmitida pelo mosquito-palha

A leishmaniose é causada por protozoários do gênero Leishmania, que são transmitidos através da picada de flebotomíneos, sendo o mosquito-palha (Lutzomyia) o principal vetor na América Latina. A doença pode acometer diversos mamíferos e também os seres humanos, mas os cães são os principais reservatórios deste patógeno. Os sinais clínicos nos animais de companhia podem ser sutis ou graves, e é raro que um pet seja completamente curado, o que torna a adoção de medidas preventivas a principal forma de evitar a picada dos mosquitos-palha.

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3. Babesiose é causada pelo protozoário Babesia spp e provoca anemia e trombocitopenia em cães

O vetor da babesiose é o carrapato marrom do cão (Rhipicephalus sanguineus) e o agente etiológico o protozoário Babesia spp, sendo as espécies Babesia vogeli e Babesia gibsoni as mais relatadas em animais de companhia na América Latina. A transmissão da doença também pode ocorrer quando um animal saudável tem contato com o sangue de outro pet infectado, mas a picada do Rhipicephalus sanguineus ainda corresponde à maioria dos casos. 

A patogênese da doença se desenvolve com um ataque imunomediado aos eritrócitos que resulta em uma anemia associada a quadros graves de trombocitopenia na maioria dos cães afetados. Mesmo com o tratamento, o pet continua a ser portador permanente da infecção, pois a prática terapêutica não elimina o parasita do organismo, apenas reduz a gravidade da doença e os sinais clínicos, e por isso é necessário que o pet tenha um programa contínuo de prevenção a carrapatos.

4. Dirofilariose canina é caracterizada por parasitismo no coração do animal

Na América Latina, a dirofilariose, zoonose também conhecida como doença do verme do coração, é transmitida pela picada de mosquitos infectados por nematóides da espécie Dirofilaria immitis. Esse parasita larval acomete principalmente cães, mas nos últimos anos foi descoberto que também pode infectar gatos. Como o próprio nome da doença sugere, as larvas inoculadas por meio do repasto sanguíneo parasitam o coração e os vasos sanguíneos dos animais, o que leva à insuficiência cardíaca e pulmonar. Devido à natureza vetorial da dirofilariose em cães, a sua incidência é mais prevalente em regiões tropicais e subtropicais, tendo ampla distribuição na maioria dos países latinos.

5. Borreliose de Lyme é transmitida pelo carrapato do gênero Ixodes e atinge predominantemente cães 

A borreliose de Lyme é uma doença transmitida por carrapatos duros do gênero Ixodes descrita principalmente em animais de companhia no México e no Brasil. Espiroquetas do complexo de espécies Borrelia burgdorferi estão envolvidas na etiologia da doença. Essa doença acomete principalmente cães e o seu diagnóstico é um desafio na prática médica, uma vez que os sintomas da doença de Lyme são comuns a outras doenças transmitidas por vetores.

Em síntese, as principais doenças transmitidas por vetores na América Latina têm potencial zoonótico e o controle vetorial é a melhor forma de prevenir novos casos em regiões endêmicas. Entre os animais de companhia, os cães estão mais propensos a adquirirem esse tipo de enfermidade e, por isso, a prevenção contínua com produtos de longa duração contra pulgas, carrapatos e outros ectoparasitas em cachorro se faz fundamental para que o risco de transmissão seja reduzido.

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