Pets

A importância do exame citológico na detecção da otite canina externa

8 agosto 2022

A realização do exame citológico é passo fundamental para o diagnóstico precoce da otite externa em cães.

A otite externa em cães é uma doença extremamente comum. E um dos motivos para essa alta frequência é a falta de precisão diagnóstica, que acaba resultando na instituição imprecisa do tratamento. O exame citológico é uma das ferramentas diagnósticas e de monitoramento do tratamento mais importantes, ajudando a evitar que a otite canina evolua para um quadro crônico. Para entender melhor o tema, conversamos com os médicos-veterinários Ana Claudia Balda e Yon Alesander, que explicaram a importância desse procedimento em casos de otite em cachorro.

Exame citológico deve ser feito sempre quando há suspeita de alteração otológica

A otite canina externa pode ter uma origem primária, quando se origina na própria orelha, ou secundária, sendo uma consequência de outros problemas, como alergias na pele. “Algumas causas podem ser de origem traumática, imunológica, oncológica ou devido a patógenos, como: parasitas, fungos e bactérias, podendo ser concomitantes ou individuais”, afirma o médico-veterinário Yon Alesander.

Em todos os casos, é preciso entender que o exame de citologia deve ser feito sempre quando há sintomas que sugerem alterações otológicas. A doutora em Clínica Veterinária Ana Claudia Balda cita os sinais clínicos mais comuns: “O tutor consegue perceber presença de dor, prurido, meneios cefálicos, lesões em pavilhões e excesso de cerúmen ou outro tipo de secreção”. É importante que o médico-veterinário oriente o tutor, indicando que o procure ao início de sinais como esses, para que se possa fazer os exames de otoscopia e citologia.

“O exame citológico avalia características da secreção após coloração rápida e identifica os agentes envolvidos na otopatia (é possível quantificarmos bactérias e leveduras), além de presença de neutrófilos que indicam infecção bacteriana. Ele precisa ser realizado em todas as consultas e retornos do paciente cujo tutor relata queixas que nos indicam presença de alterações otológicas”, explica a professora.

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Diagnóstico precoce da otite canina garante a escolha correta do tratamento e evita cronicidade

Fazer o exame citológico quando há sinal de alteração otológica visa o diagnóstico precoce e orientação correta do tratamento da otite canina. Ao identificar a causa no estágio inicial da doença, é possível iniciar o tratamento adequado, e, assim, evitar que a otite canina se torne crônica. O estado crônico da otite externa em cães está diretamente relacionado à falha da resposta terapêutica, como aponta Alesander: “Quando falamos de otite externa, é muito provável que o ouvido seja afetado por diferentes fatores que contribuem para a enfermidade ao mesmo tempo. Quando o tratamento não leva em consideração a causa de base da otite externa, as manifestações clínicas podem até diminuir inicialmente, mas a enfermidade irá recidivar em pouco tempo”.

Balda complementa enfatizando a importância do diagnóstico precoce: “Quanto mais cedo o diagnóstico e agentes envolvidos forem estabelecidos, maiores as chances de haver controle da otopatia para que se evite o procedimento cirúrgico. O que se observa na rotina é que pacientes com quadros de evolução crônica recidivante têm maior ocorrência de perda da audição e estenose de meato irreversível, com indicação de procedimentos cirúrgicos mais radicais, como ablação de meato”.

O exame de citologia é fundamental para garantir o tratamento correto e prevenir o agravamento do quadro de otite canina. Além de realizar o exame, o médico-veterinário também deve ser capaz de orientar o tutor sobre a importância do acompanhamento veterinário, já que o dono do pet tem uma participação significativa tanto no diagnóstico precoce, como no tratamento. Um exemplo disso é quando a causa da otite em cachorro é a inflamação causada por pulgas e carrapatos, e a prevenção contra ectoparasitas deve ser enfatizada desde a primeira consulta.

* Yon Alesander Palacio é graduado em Medicina Veterinária pela Universidade de Antioquia e é Coordenador Técnico de Animais de Companhia em MSD Saúde Animal.

** Ana Claudia Balda é graduada em Medicina Veterinária e é mestre e doutora em Clínica Veterinária pela Universidade de São Paulo (USP). É sócia fundadora da Sociedade Brasileira de Dermatologia Veterinária (SBDV), diretora do curso de Medicina Veterinária das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) e professora de Clínica Médica na USP.

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