Saúde Única

Resíduos de medicamentos veterinários em alimentos de origem animal

Informe-se aqui para minimizar possíveis danos

A população mundial se alimenta, entre outras fontes, de proteínas de origem animal tais como carnes, ovos, laticínios e frutos do mar. Essas fontes de proteína animal são ricas em nutrientes essenciais para sustentar o crescimento e desenvolvimento de uma população em expansão.

A alta demanda por esses produtos de origem animal impulsionou a intensificação dos sistemas de produção, para produzir mais em menor espaço-tempo e com os menores custos possíveis. Atualmente a produção ocorre em propriedades rurais densamente povoadas, o que aumenta o risco de contágio de doenças.

Como resultado, muitos pecuaristas adotaram o uso de medicamentos, tanto de forma profilática como terapêutica. Com isso, eles procuram evitar possíveis contágios que podem causar perdas na produção, bem como infecções que podem ser potencialmente perigosas para a saúde pública e o meio ambiente.

Embora os medicamentos de uso veterinário, antes de serem aprovados para uso, passem por rigorosos controles de segurança, qualidade e eficácia, é importante ressaltar que o uso desses medicamentos deve ser rigorosamente supervisionado por médicos veterinários que conheçam e implementem boas práticas.1

O uso de medicamentos na pecuária é uma prática necessária nos sistemas intensivos atuais. No entanto, a supervisão por parte dos especialistas garante o bem-estar animal, bem como a segurança alimentar, reduzindo ao mínimo os resíduos de medicamentos.

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O que são resíduos farmacológicos e que efeitos negativos podem causar na saúde dos consumidores?

O Codex Alimentarius define os resíduos farmacológicos veterinários como compostos de origem e/ou seus metabólitos que estão presentes em qualquer porção comestível de um produto animal, bem como os resíduos de impurezas relacionados com o medicamento veterinário correspondente.2

Os resíduos de medicamentos podem ter diferentes origens: tratamentos terapêuticos, aplicação de substâncias anabolizantes (proibidas em muitos países do mundo) e contaminantes ambientais. Qualquer que seja a sua origem, concentrações acima das permitidas têm efeitos negativos na saúde humana.

Existem antecedentes científicos que demonstram que esses resíduos têm efeitos nocivos para a saúde dos consumidores finais. Esses efeitos incluem: alergias, sinergismo ou inibições terapêuticas, resistência microbiana, teratogenicidade, mutagenicidade, carcinogenicidade e alterações morfofisiológicas por indução de substâncias hormonais.3

O uso desses medicamentos deve ser rigorosamente supervisionado por médicos veterinários 

Como prevenir os riscos à saúde dos consumidores?

Para prevenir riscos à saúde dos consumidores, é fundamental conhecer e implementar as práticas pecuárias e de controle vigentes no país ou região à qual se queira destinar os produtos de origem animal. 

Na maioria dos países da América Latina, são seguidas as regulamentações estabelecidas pelos ministérios da agricultura e/ou pecuária locais. Além disso, busca-se cumprir com as diretrizes de controle da União Europeia e dos Estados Unidos, a fim de exportar produtos de origem animal para esses mercados.

A legislação do Codex Alimentarius contempla alguns conceitos em relação aos resíduos de medicamentos: 

  • Limite máximo de resíduos (LMR) no Codex para medicamentos veterinários: É entendido como a concentração máxima de resíduos resultante do uso de um medicamento veterinário (expressa em mg/kg ou µg/kg do peso do produto fresco) que a Comissão do Codex Alimentarius recomenda que seja legalmente permitida ou reconhecida como aceitável para uso na parte interna ou na superfície de um alimento.4
  • Ingestão Diária Aceitável (IDA): Tipo e quantidade de resíduos que podem ser ingeridos por pessoas durante toda a vida sem aparente risco à saúde.
  • Período de carência: é o período de tempo necessário entre a última administração de um medicamento veterinário a um animal e a coleta de tecidos comestíveis ou de seus produtos, em condições normais de uso.

Na maioria dos países, os resíduos são controlados por entidades governamentais encarregadas de garantir a segurança alimentar. Esses controles são realizados por meio de amostragens rotineiras ao acaso ou direcionadas, conforme o caso e o tipo de produção. No entanto, é responsabilidade dos produtores e veterinários envolvidos garantir que esses controles sejam aprovados e permitam que um produto de origem animal seja destinado ao consumo humano.

Quais medidas os produtores e veterinários podem tomar?

Os produtores e veterinários podem tomar diversas medidas para evitar a presença de resíduos nos alimentos. 

Em primeiro lugar, é fundamental aplicar Boas Práticas Agropecuárias. Isso inclui o uso responsável de produtos químicos dentro de um plano devidamente elaborado e controlado por um profissional veterinário. 

O plano deve garantir, além disso, o uso de medicamentos registrados junto ao órgão competente e que sejam de uso veterinário. É importante respeitar as doses, via de administração e espécie indicada pelo fabricante, além de verificar a data de validade e integridade da embalagem e respeitar as condições recomendadas de armazenamento.5

Os médicos veterinários dos diferentes setores de produção devem elaborar planos específicos para cada estabelecimento, que incluam a prescrição de medicamentos, a identificação dos animais tratados e a capacitação do pessoal que aplica esses produtos. Considerando integralmente o que foi mencionado acima, devemos respeitar, além disso, os períodos de carência ou retirada.

Se essas medidas forem respeitadas, poderemos produzir alimentos de origem animal de maneira eficaz, segura e sustentável. 

Referências

1.https://www.aesan.gob.es/AECOSAN/web/seguridad_alimentaria/detalle/residuos_medicamentos_veterinario.htm (no es una cita textual, fue tomado el artículo como referencia para resumir los pasos de aprobación de un fármaco)

2.  https://www.fao.org/3/i8608es/I8608ES.pdf    pág. 35

3.  1000546830.pdf (unilasallista.edu.co) pág. 21

4. https://www.fao.org/3/i8608es/I8608ES.pdf  pág. 27

5. https://www.fao.org/3/i8608es/I8608ES.pdf  pág. 28

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