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Colibacilose aviária: Sintomas, diagnóstico e tratamento

A colibacilose aviária é uma doença comum em aves comerciais. De origem bacteriana, esta infecção é causada por cepas patogênicas da bactéria Escherichia coli (E. coli). Devido à sua prevalência e alta mortalidade e morbidade, tem um grande impacto econômico sobre a avicultura mundial, levando a grandes perdas econômicas na indústria de frangos de corte. 

A colibacilose aviária causa um sofrimento animal generalizado. Em alguns casos, a infecção é secundária e ocorre concomitantemente com uma infecção primária e um estado de imunossupressão, comumente associado com doença respiratória crônica causada por Mycoplasma gallisepticum, adenovírus, coronavírus ou influenza aviária, entre outros.

Se você quiser saber mais sobre a colibacilose aviária, continue lendo para os detalhes mais importantes que você precisa saber sobre esta doença.

Sintomas da colibacilose aviária

Os sintomas da colibacilose aviária são variados e não específicos, dependendo da idade do animal, da presença de outras doenças concomitantes e se a resposta do corpo à infecção é sistêmica ou localizada em determinados órgãos.

O quadro clínico inclui os seguintes sinais em combinação ou isolados: 

  • Desenvolvimento de aerossaculite (infecção dos sacos aéreos) fazendo com que os animais tenham dificuldade de respirar.
  • Queda na postura, devido à infecção do oviducto. 
  • Desenvolvimento de celulite coliforme, pericardite, perihepatite e coligranuloma (doença de Hjarre).
  • Depleção linfocitária na bursa de Fabricius e no timo.
  • Onfalite com distensão do abdômen. 
  • Sinovite causando desidratação e fraqueza.
  • Diarréia. 

Em casos avançados, a colibacilose aviária é potencialmente fatal, manifestando-se como septicemia aguda ou colisepticemia (devido à reação aos resíduos metabólicos das bactérias) caracterizada por febre, aparência ruim com eriçamento de penas, anorexia e comportamento apático.

Diagnóstico da colibacilose aviária

Devido à sintomatologia clínica não específica da colibacilose aviária, e à natureza oportunista da E. coli, certos fatores predisponentes devem ser levados em consideração ao diagnosticar esta doença: 

  • Ambiental, pois o clima pode afetar a saúde e o bem-estar das aves (https://www.universodasaudeanimal.com.br/avicultura/como-o-clima-pode-afetar-a-saude-e-o-bem-estar-de-aves/);
  • O estresse;

O estado fisiológico; 

  • A dieta; 
  • A presença de outras infecções. 

Para confirmar o agente causador, é realizada uma cultura de E. coli isolada, onde não são encontrados outros patógenos. Entretanto, deve-se notar que, como os seres humanos e outras espécies, cepas não patogênicas de E. coli são comumente encontradas nas vias digestivas e excrementos de aves como parte da microbiota do organismo. 

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Consequentemente, o isolamento e identificação por microbiologia precisa ser complementado

por testes de patogenicidade da cepa em questão por meio de:

  • O uso de painéis de PCR para detectar genes plasmídeos virulentos ou codificadores para diferentes tipos de antígenos historicamente associados a doenças serotípicas, por exemplo, antígenos somáticos (antígenos O, especialmente O1, O2, O8, O35 e O78), antígenos capsulares (K), flagelares (H) e fimbriais (F1, Pap/Prs); 
  • Inoculação de pintos ou peruzinhos com material infeccioso de origem paterna resultando no desenvolvimento de septicemia aguda, hemorragias cranianas e cutâneas no prazo de três dias; 
  • Inoculação no alantoide de embriões de 12 dias, causará encefalomalácia se o isolado for patogênico.Tratamento da colibacilose aviária

O tratamento antibiótico (tetraciclinas, sulfas, estreptomicina e ampicilina) é geralmente realizado após um antibiograma com a cepa isolada. Entretanto, esses antibióticos devem ser utilizados na dosagem apropriada, pois várias cepas adquiriram resistência a mais de um antibiótico e até mesmo a desinfetantes, dificultando o controle de sua disseminação e reduzindo a exposição das aves. 

Medidas para evitar o uso de agentes antimicrobianos foram impostas em vários países devido à preocupação pública. Nos Estados Unidos, a decisão de não utilizar antibióticos foi acompanhada por uma alta prevalência de cepas virulentas de E. coli, enfatizando a necessidade de prevenir a transmissão de doenças reforçando a limpeza e desinfecção de ovos férteis, incubadoras, veículos de transporte e galpões de aves. 

As medidas para controlar e prevenir a colibacilose aviária dependem de um bom manejo do bando e de boas práticas de biosseguridade nas fazendas para reduzir o impacto de vários efeitos ambientais, estresse e predisposição a outras infecções que aumentam a suscetibilidade das aves à colibacilose.

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Referências

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9. Pascual C. Colibacilosis aviar – Síntomas, diagnóstico y tratamiento: Experto Animal; 2021 [Available from: https://www.expertoanimal.com/colibacilosis-aviar-sintomas-diagnostico-y-tratamiento-25819.html.

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