Avicultura

Como tratar doenças respiratórias em aves

22 novembro 2021

Doenças respiratórias em aves podem ser tratadas a partir do diagnóstico do patógeno envolvido, mas a adoção de medidas preventivas, como a vacinação, ainda é a melhor forma de evitar prejuízos econômicos associados

As doenças respiratórias em aves, como a doença de Newcastle e a bronquite infecciosa, são enfermidades comuns na avicultura que estão ligadas ao aparecimento de sinais clínicos que incluem diminuição de atividade, sons estertores, postura de bico aberto e taquipneia. Essas infecções comprometem a biossegurança da granja, causam prejuízos no desempenho zootécnico das aves e, consequentemente, prejuízos econômicos significativos. Para minimizar esses impactos, os médicos-veterinários enfrentam desafios sobre como tratar doenças respiratórias em aves, pois embora os sintomas das infecções sejam semelhantes, a prática terapêutica irá depender do patógeno envolvido. A fim de entender como os especialistas devem conduzir o tratamento, conversamos com o veterinário Antonio López. Confira a seguir!

O tratamento de doenças respiratórias em aves depende do patógeno envolvido na infecção

Antonio López afirma que o protocolo de tratamento deve ser estabelecido a partir do diagnóstico. “O agente causador deve ser identificado, de acordo com o caso, por isolamento, cultura ou outro procedimento diagnóstico. Uma vez que ele tenha sido reconhecido, deve-se estabelecer medidas de controle da doença por meio de tratamentos com antibióticos (no caso de infecção bacteriana), vacinação (se for viral) e outros tratamentos paliativos”, explica.

Entre os principais exames utilizados para definir o tratamento mais adequado para as doenças em galinhas do trato respiratório, Antonio cita os testes de sorologia e bacteriologia como ferramentas de rotina e diagnósticos mais especializados, como o exame de PCR.

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Prevenção das doenças respiratórias em aves é a melhor forma de evitar prejuízos na avicultura

É importante ressaltar que o trato respiratório das aves tem características anatômicas e fisiológicas que facilitam a ocorrência de enfermidades. Conforme aponta um artigo publicado no periódico científico Archives of Veterinary Science, o ducto que interliga os seios nasais a cavidade oral é extremamente estreito, o que impede a drenagem natural de secreções. Além disso, o estudo indica que o aparelho mucociliar não é encontrado nos sacos aéreos, o que acarreta maior gravidade no caso de contato com agentes infecciosos.

A partir disso, pode-se concluir que a prevenção é a melhor alternativa para o evitar o aparecimento de doenças crônicas respiratórias em aves. Antonio endossa esse argumento: “É muito importante estabelecer um programa de vacinação adequado de acordo com as patologias predominantes na área, de acordo com o diagnóstico prévio”. 

O médico-veterinário também aconselha estratégias relacionadas à ambientação que são úteis para reduzir o risco de propagação das doenças respiratórias em aves para outros galpões ou fazendas. “Essas patologias podem se manifestar ou agravar por condições inadequadas de manuseio, tais como: má-ventilação, alta densidade, umidade inadequada, temperaturas adversas, concentração de amônia, ambiente empoeirado etc.”, afirma.

Essas condições de manejo inapropriadas e a predisposição inerente às aves para o aparecimento de doenças respiratórias constituem as principais causas de surtos dessa natureza.  Por isso, é essencial que os médicos-veterinários orientem os produtores sobre a importância de vacinar galinhas e de estabelecer protocolos de biossegurança no plantel.

* Antonio Manuel Lopez Álvarez é formado em Medicina Veterinária pela Universidade Central da Venezuela. Possui especialização em Medicina Aviária também pela Universidade Central da Venezuela.

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